terça-feira, 21 de outubro de 2014

Casamento




Agora, tudo começa a se desgrudar. Aos poucos os músculos se descolam dos ossos, o sangue dos vasos, os olhos da órbitas, o pulmão das costelas... tudo se desprende e vai sendo posto em caixas. Começo a perceber o oco do espaço vazio. As paredes voltam a serem brancas com cada quadro que tiro. Observo as prateleiras virarem caixas, nas quais misturo o Abril de 2012 com o Outubro de 2014. Embrulho com jornal os dias nos quais você não existia, para que não se quebrem. Ponho ao lado dos dias com o Lino, o dia que o Gógol me enxergou pela primeira vez. Dobro o carnaval quente que arrumei a casa junto com a Flavia. Ponho minha pele na mesma caixa em que coloco o dia que descobrimos que Teresa existia, e coloco o dia que nos despedimos dela na mesma caixa que ponho meus ouvidos.
As coisas que não guardo nas caixas, deixo aqui neste tempo de até hoje. Para que ocupem outros corpos. Seguem comigo apenas as coisas que atravessarão a trajetória deste tempo que reinicia. Guardo tudo em caixas como se estas fossem presentes que darei a mim mesma, e que abrirei num daqui a pouco, ali.
Agora, é preciso que as coisas todas sejam encaixotadas e misturadas. Para que na nova casa, depois das caixas abertas, os pulmões possam viver nas órbitas dos olhos, os dedos ao lado do coração, o céu da boca junto com os pés, a cabeça no meio das costelas...
Daí viveremos assim, com as coisas numa ordem inventada. Até serem encaixotadas novamente.

sábado, 4 de janeiro de 2014

Para 2014 chegar

Abri as janelas.  Passei um pano bem úmido no chão. Aspirei as cadeiras de veludo branco e o sofá de veludo vermelho. Arrastei os móveis. Troquei lençóis. Arrumei as plantas do quintal. Comprei novas taças. Limpei os vidros. Tirei pó. Lavei. Enxaguei. Sequei.
Deixei as janelas bem abertas para 2014 entrar, andar e habitar todos os cantos, quinas e frestas de casa.
Para ele abrir sua mala e poder colocar seus pertencer nas pratelerias do meu peito.
Para ele se sentar à mesa comigo e brindar os meus cabelos brancos que nascerão.
E quando ele estiver cansado, poderá se acomodar no sofá de veludo vermelho.

Feliz Ano Novo, adeus Ano Velho...

O passado, esse presente!

quinta-feira, 26 de setembro de 2013

dieta moral

O que me importa, agora, não é o que eu devo ou não comer (vegetais, orgânicos, agrotoxicos, carne, tranqueria, coisas saudáveis), mas sim, o que meu corpo é capaz de comer. Ou, ir comendo.

terça-feira, 23 de julho de 2013

Para um dia a-verbal

Me encontro ausente do verbo. Não há ação, o olho capta apenas a forma, a cor, a luz das coisas. O corpo faz movimentos retos, redondos, rapidos, languidos, não executa ações tais como puxar, levantar, ir, ver, andar, deitar etc...
O corpo, hoje, não entende o verbo, passou o dia a observar e a fazer substantivos e adjetivos!

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

bandeja sob um pino

O silêncio é um equilíbrio tão frágil, quase impossível.

quarta-feira, 6 de junho de 2012

Faxina

Limpar a casa não era sobre o limpo, se livrar da sujeira e do lixo. Quis limpar a casa para abrir espaços.
Começou desinfectando os cantos, tirando o pó, jogando água, sabão, cândida, sapólio... Carecia disso: jogar, catar, esfregar, varrer, torcer, moer,  pôr as coisas em outros lugares. Assim ela ia abrindo espaços dentro de si, como quem tira as roupas do varal e as organiza por cores, como quem esvazia as caixas da mudança e organiza os livros entre os mais ou menos lidos, como quem coloca prateleiras novas dentro de si.


terça-feira, 15 de maio de 2012

Alegria

Nessas semanas a tristeza foi acolhida por um certa alegria. É quase como uma alegria de estar triste, mas é algo mais. é que nessa tristeza tem algo novo. Um sentimento novo, que nunca esteve aqui. Um estar em mim novo. que não é bom, nem ruim. é novo, tem cheiro...  A tristeza, então, foi acompanhada com a alegria desse nascimento. 
Me vejo sobre a cama, deitada, balançando para frente e para trás, de um lado pro outro. Enquanto o corpo desliza sobre si mesmo, revisito a tarde chuvosa em sintra e ele me dizendo que aos trinta eu seria mais bela ainda. Tudo isso tem um cheiro diferente agora. 

sábado, 6 de agosto de 2011

O corpo hoje

eu escrevo você, qualquer palavra é pele, presença e cheiro. mudei de cor. por debaixo da roupa tem um corpo que é meu, que é seu. você mora na minha pele. o dentro e o fora trocaram de lugar. a pele está dentro, não envolve mais nada, não é fronteira, é carne, sangue, veias, ossos. Pele que entra no corpo, me invade, me esquenta de baixo pra cima, puxa minha retina, meu crânio. eu vou ficando cada vez mais colada, o estômago colado ao rim, colado ao pulmão, colado ao sexo, colado as unhas... emagreço porque tudo é arrastado prum centro infinito. eu vou sentindo tudo isso do lado de fora de mim. os puxares e a pele entrando.

terça-feira, 10 de maio de 2011

eu te amo

eu queria escrever , escrever, escrever. nao sei pra quem, pra ninguém e pra todo mundo. Quero escrever pra amaranta, pro jean, pro ed, pra sofia, pra lu, pra minha mae e pro meu irmão, pro Julio. mas tb nao sei o que escrever, pq o escrever q eu quero nao é escrever conteúdo, coisas.
Quero escrever o gesto da escrita. Eu posso te escrever o gesto da escrita? o gesto dessa escrita pode ser mais forte do que é contido na escrita.
Eu quero me pôr pra fora sem ser revelada. nao tem nada ser revelado de mim. só quero sair. correr. Com o gesto que faz com q a escrita possa mais que ela mesma.
Escrever, escrever e de tanto escrever fazer um buraco no mundo, em mim e vc, em mim e nas pessoas. fazer um buraco na mesa do computador. só de escrever.
Te amar no gesto da escrita e nao nos dizeres da escrita.

domingo, 22 de agosto de 2010

Saudades de escrever

Hoje eu quis escrever muito. Quis escrever debaixo da mesa, debaixo da cama, de pé, conversando. mas, o cesto de roupa suja pareceu-me a melhor opção.
Escrever de cócoras, escrever de quatro... ou numa pose onde eu pudesse me curvar sobre mim mesma. Mas, escrever de quatro pareceu-me mais obsceno, portanto, mais atraente, portanto, mais interessante. De quatro, eu poderia me sentir sendo comida pelos acentos, pontos, élles, dáblios, ésses todos. Todos penetrando-me. Meu corpo seria invadido pelas palavras, seria possuída pela escrita.
Já não teria mais mãos, nem peles, nem braços, nem nada disso. Teria outras coisas, invenções, neologismos, poderia ter inclusive mais de uma língua.
Mas, como ficar de quatro dentro do cesto de roupa suja? talvez, a escrita seja impraticável.


terça-feira, 18 de maio de 2010

Nao esquecer

Eu nunca me esqueci de você. Nunca esqueci nem de você, nem da minha pele, nem dos meus olhos, da minha lingua, nem dos meus cabelos... Nunca esqueci... mesmo sem lembrar.

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

desabitada

Eu poderia acordar um dia e ver tudo fora de mim: rins, pulmões, nervos, vértebras, tudo flutuando pelo quarto.
acordaria, e meu ouvido estaria colado no teto. os líquidos todos a correrem pelas paredes.
o meu útero encostado na maçaneta da porta, prestes a sair. os olhos dentro do sapato de verniz preto que comprei na italia.
poderia acordar toda assim. cada pedaço num lugar. daí, eu me levantaria, tomaria meu nescau de frente para a minha nuca, que estaria ali, me fazendo companhia.
desceria as escadas, encontraria meu fígado na esquina da conceição com a rua dos fanqueiros. entraria na sala de ensaio e meus ossos das pernas e braços estariam dançando, dando saltos incríveis, inimagináveis, impressionantes. daí eu riria... e ficaria assim, aconchegada em cima da minha própria pele, respirando até as minhas costelas explodirem.

quarta-feira, 17 de fevereiro de 2010

para versejar

se ainda achares graça
permito-me de aqui ficar
e se ainda assim fizeres pirraça
convido-te a com estas palavras dançar.

pois só quedei-me nesta praça
para o meu coração acalmar
que de tantos rios que por ele passa
fez de outro o seu compassar

de onde tal afluente se entrelaça
vejo meu corpo a transbordar
se em mim houver desgraça
convido-te a esta cachaça provar.

terça-feira, 1 de dezembro de 2009

vaidade feminina

Eu poderia me casar com uma pessoa pela qual eu não fosse muito apaixonada.
Mas, jamais me casaria com uma pessoa que não fosse extremamente apaixonado por mim.

quinta-feira, 12 de novembro de 2009

toma café comigo?

... às vezes é bom nos encontramos só para saber se o que sentimos é imaginado.

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

conceda-me

eu dançaria uma valsa consigo, este seria meu último pedido.
é tudo.
só pelo ser embalada, só pelo ser levada, só pelo estar no mesmo ritmo, só.... só para eu poder calçar meus sapatos vermelhos novinhos que comprei só para realizar meu último desejo.



e de tanto comer o último biscoito do pacote, ficou sem namorado!

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

Embarque

Siamo venti minuti in ritardo... que seja doce.
Que seja doce a partida e a chegada. Que seja doce estar suspensa no ar. Que seja doce as 12 horas. Que seja doce quando as portas abrirem.
Que seja doce a minha esperança. Que seja doce os tapinhas nas costas. Que sejam doce os sorrisos e os beijos e as mordidas. Que seja doce o "nossa, como você está linda". Que seja doce a saudade. Que seja doce a minha decepção... das pessoas... de mim... da saudade. Que seja doce a minha brutalidade e violência para com aquilo que quero esquecer e para com aquilo que não quero ver.
Que seja doce a dureza, a turbulência do vôo, o suco de laranja de caixinha que eles servem à hora do jantar. Que seja doce a velocidade desse avião, a neblina e a puta dor de ouvido por causa da pressão do ar na minha cabeça. Que seja doce ver a espera da minha chegada nos outros. Que sejam doce os meus momentos solitários, que não terei nada a fazer, ninguém pra ver. Que seja doce o que eu encontrar. Que seja doce o meu sentimento de culpa pelo que deixei. Que seja doce o meu sono até chegar lá. Que seja doce quando tiver passado duas horas e ainda faltar 10 horas e eu ficar impaciente porque não terá nada a fazer além de esperar e sentir essa dor no pescoço, então, que seja doce o mau-humor que virá e a provável insônia.
Que seja doce a distância, qualquer distância... que sejam doce os dias e as horas e a chuva. Que seja doce o atrasos as desculpas por ter deixado esperar. Que seja doce a música alta, a luz na cara e o alcool no sangue. Que seja doce o jantar na quinta, o almoço na sexta e a cerveja na segunda. Que seja doce o "boa viagem". Que seja doce o seu choro.
Que seja doce o regresso e o deixar tudo prá trás de novo. Que sejam doce as lágrimas, as travessias e as saídas. Que seja doce as escolhas, as despedidas, os reencontros, o ciume, o querer ficar, o querer adiar, o não. Que seja doce aquilo que persiste. Que seja doce o estranhar.
Que seja doce quando eu quiser me agarrar a qualquer coisa tua para não te perder de mim. Que seja doce as noites sem as conversas, sem o som das palavras sendo a trilha sonora do contato das pernas, peles, braços, corpos. Que seja doce o não estar mais dessa forma. Que seja doce a lembrança. Que seja doce a saudade. Que seja doce a vontade. Que seja doce o próximo Vôo.
Che sia dolce i giorni senza di noi.

terça-feira, 28 de julho de 2009

Menu de hoje

Acho, sinceramente, que "existir" devia ser algo opcional na vida de uma pessoa. Hoje não me apetece existir, e pronto.
Mas, não-existir não é tipo ficar dormindo no quarto, trancado, sozinho. Não é no sentido da reclusão. Não se trata, também, da preguiça eterna de viver, já é outra camada. É no nível da existência mesmo.
Então, hoje não me apetece, nem um pouco.

quarta-feira, 24 de junho de 2009

nesta pose

Minha perna direita está dobrada como em ovo. A esquerda estendida. Meus braços no chão servem de apoio à minha cabeça. Olhar longe. A imagem que tenho de mim não é a que meu corpo emana, pareço estar com as duas pernas estendidas, numa cama deitada.
A melancolia e o olhar melancólico são recorrentes em mim quando poso. Melancólica. Eu? Minhas pernas não estão no mesmo lugar que meu tronco. Começam a me desenhar pelo rabo, porque é a parte mais preta do meu corpo, começam a me desenhar pelos olhos por causa da expressão dos olhos.
A perna dobrada formiga, dorme. Braços embalam a cabeça, os olhos. Contemplativa.
Me perguntam no que estou pensando. Não sei se tenho pensamentos. Não, chega a ser pensamentos... tenho Sensações que estão no meu CORPO agora; a sensação da partida, de algo que foi embora ou de alguém que partiu. Está atrás dos olhos, na retina, no peito e numa camada superficial da pele. Sensação física do pensamento, ou da lembraça.

sábado, 20 de junho de 2009

de hoje

Tem coisas hoje que nao devem ser ditas, devem ser escritas, guardadas, maturadas, para somente depois serem enviadas a quem quer que seja. Momento das coisas, dos sentimentos, perceber o momento do outro ouvir a gente, momento da gente ouvir no outro o que dizemos.

Hoje alguma coisa muito forte e que tava parada ha alguns anos mudou em mim. nao sei se é uma mudança definitiva. nao sei se vai voltar ao lugar de antes. mas hoje eu pude fechar os olhos e sentir o meu corpo todo concordando, sentir o estomago concordando com o pancreas, concordando com as costela, concordando com o ar que sai e entra, concordando com o que eu sinto. Parece que hoje eu fui o meu estomago.
Senti que é possivel... é possivel eu sentir, e sentir a possibilidade de eu ser o que for de dentro.

agradeço e amo.

domingo, 31 de maio de 2009

Tratado da solidão absoluta.

Lembrei daquela tarde.
Estavam Leo e Max na rodoviária. Povera. Eu cheia de malas.Tanto calor e o telefonema do Julio ainda fresco. O banco de cimento frio.
Lembro de quando o onibus partiu, Leo e Max foram ficando cada vez menores, cada vez mais distantes. Tantas malas. Choro no peito. Certeza de que eu voltaria em breve. Certeza de que eu voltaria àquela mesma estação e estariam Max e Leo me esperando... como se nunca tivessem saído de lá, e nem voltado para seus lares, seus filhos, suas ânsias, como se tivessem perdido a chave do carro ou da casa para sempre.
Eu encostando a cabeça no banco para dormir. Eles ainda estariam lá. Tantas promessas, esperanças... O banco estofado macio.
O que será dessas lembranças quando eu tiver velha e sem memória? Pra onde as lembranças vão quando elas são esquecidas? Tudo isso se perderá no buraco negro do tempo. Como se nunca tivessem existido, como se nunca tivessem acontecido. Tantas certezas.
Acordei em Nice. Conheci um escritor argentino indo à Madri. Leo e Max ainda lá. Leo pondo as malas do ônibus, o olhar do Max ainda fresco. Estariam lá? Até eu acordar na estação de Barcelona. Até o escritor Argentino dormir no banco ao lado ao meu. Eu esperando o próximo ônibus para Madri, Nelson me esperando na estação de Lisboa, Leo e Max em esperando lá, eu, sem testemunhas e esperando um filho.

sábado, 16 de maio de 2009

a caminho

Têm dias que parece que o sangue quer sair das veias, sair pelo poros, pela pele e evaporar no ar em forma de pensamento... sólido.
Têm dias em que eu me pego interpretando a vida minuciosamente, para me salvar... de mim? do mundo?
Têm dias em que eu me torno um enigma prá mim mesma... quase sempre sou devorada.
Têm dias que algumas coisas pesam mais que outras, custam mais... ou ainda, vem à tona para jogar na nossa cara a violência que nunca será esquecida.

sexta-feira, 8 de maio de 2009

eu reajo

Mudei de casa... ainda nao consegui dormir com a luz do abajur apagada.

segunda-feira, 13 de abril de 2009

para não esquecer

Passei a semana a recolher caquinhos no chão. Nao os colei, e nao quero cola-los, pois, não saberia que forma lhes dar. Também nao os guardei, porque eu sei que se o fizer eles ficarão lá naquele lugar das coisas a serem esquecidas. Estão na minha mão. Eu os aperto. Enfio no bolso e me jogo no Rio.

terça-feira, 7 de abril de 2009

Por uma vida mais apática.

existe cansaço emocional? então....

sexta-feira, 3 de abril de 2009

Para próxima vida....

Eu já tenho a minha lista, e você?

1. Falar alemão (desisto, deixo pra proxima)
2. Tocar piano (é uma pena, mas... talvez eu dê uma ensaiada nesta vida)
3. Nascer sob o signo de áries (claro!), ou sagitário (leão, virgem e capricórnio estão fora de questão, em absoluto).
3.1 Mas, por favor, da próxima vez sem a lua em cancer, e sem a vênus em touro, tá? pode ser tipo lua e vênus em aquário. Ah, marte deixa em áries mesmo que tá ótimo. Ascendente? humm... gosto da combinação Aries-Sagitário ou vice versa. Dá jogo.
4. Nascer herdeira! (Ah, eu mereço, vai)
5. Nascer na suiça ou casar com um suiço (pelo menos a questão "falar alemão" já estaria resolvida, e sem falar nas inúmeras bolsas de estudo que o país oferece, e sem contar que eu poderia nascer loira de olho azul, e sem contar que os suiços são educadissimos, e sem contar que...).
6. Nascer de olhos verdes. (ah, olho azul é muito comum)
7. Nascer com sangue O+ (porque esse negócio de poder doar pra todos e receber só de um é de uma injustiça sem fim)
8. Ter uma profissão, tipo médica, tipo advogada e ser feliz com isso. (oh senhor! Por que permitiste que eu seguisse a profissão de atriz, senhor? por que? minha mãe sempre disse que isso não dava dinheiro e era coisa de gente hippie)
09. Ler "A divina Comédia", assistir "Blade Runner", entender o pós estruturalismo e o funcionamento da bolsa de valores, e da economia de um modo geral, gostar de aspargo. (é uma missão).
10. Continuar carnívora. (Senhor! Rogo-te, senhor, não me deixai cair nessa conversinha vegetariana-vegan-hippie-biologicamente correta... Não permita senhor, que na próxima vida eu passe meus preciosos dias ao sabor de tofu, tofu com soja, tofu com gengibre, tofu com a p...)

domingo, 15 de março de 2009

sobre a primavera

Um dia eu fiz 22 anos.... onde eles foram parar, meu Deus?

Vou fazer 26 anos.... e agora?! o que eu vou fazer com tudo isso?

sexta-feira, 6 de março de 2009

um dia engasgado

Sabe quando você prepara aquela feijoada prá galera? faz até caipirinha, compra a melhor pinga... e daí a "galera" não vem... e daí ficam você e a feijoada perdidos no meio da cozinha, da sala, da casa, do mundo.... com aquela sensação muito parecida de quando você engasga. Daí, você olha para aquele monte de feijão preto e pensa... sente um monte de coisa antes de se levantar da cadeira de plástico branca para começar a tirar os tais feijões da panela, por num tapeware e congelar uma parte... para ir comendo assim, aos poucos.... joga fora uma outra parte ou dá para um mendigo... Assim, aos poucos você vai fazendo escolhas para se livrar daquele monte de coisa que você mesma fez. Até que um dia não haja mais nenhum resto, nenhum vestígio daquele "quase-almoço", ou "quase-janta"...

quinta-feira, 12 de fevereiro de 2009

Uma idéia para Pessoa

Tenho estado com uma sensação recorrente, a de que não chegarei a entender definitivamente alguma coisa.

domingo, 8 de fevereiro de 2009

Algo sobre o tédio

Eu acho que o apocalipse podia chegar logo... uma chuvinha de sapos, sons das cornetas, os sete selos, o juízo final... algo além da chuva ácida, do buraco da camada de ozônio, das geleiras, dos desertos, da minha mãe, do meu pai, do meu casinho com o... Eta vida besta, meu Deus!

Algo sobre idade

Um dia eu cheguei a fazer 22 anos!!! Meu deus, onde eles foram parar?